diário de uma pseudo-livreira

Wednesday, April 05, 2006

21.28, dia de jogo Benfica-Barcelona
Local: o sítio onde mais se ouvem os 300.000.000.000 litros de chuva que neste momento (e em todos os momentos das últimas semanas) escolheram Braga como última morada - o tudo menos moderno, estanque, aquecido, bonito, parque de exposições de Braga.
É um destino invulgar, pelo menos até percebermos que está a decorrer uma sessão com o (por mim muito apreciado) Rui Zink, sobre o estado actual da literatura portuguesa.
Em tempo de “Couves e Alforrecas” não deixa de ser uma discussão em voga, e o Rui Zink não é propriamente mau de se ouvir. Então qual o problema? O problema, meus caros, é que os livros são bons para ler, não para trabalhar. Se há 10 anos atrás me dissessem que eu ia estar numa noite de quarta-feira, em Braga, com as pernas encostadas a um mecanismo potenciador de varizes, gripes e afins, num stand repleto de livros que abarcam tudo menos a tão apreciada prosa narrativa, eu teria pousado o copo de whisky e insultado o emissor de semelhante barbaridade.
Mas cá estou eu a trabalhar para aquecer (no verdadeiro sentido da expressão) com um total acumulado de 17 dias sem folga, rodeada de livros que inevitavelmente terei que encaixotar, conforme desencaixotei, terei que “desetiquetar”, conforme etiquetei, e com o 2º homem mais sibilante da saudosa “Noite da Má-Língua” a escassos 5 metros a mandar umas passas para o ar. Porque é que eu deixei de fumar???
Eis-nos chegados à hora fatídica em que os expositores começam a olhar uns para os outros…numa de “o teu stand está tão vazio como o meu ou tens aí um cliente para fazer inveja?”. As 11 e meia. Tic-tac. Onde está a meia-noite? Tic-tac. Pelo menos hoje alguém não se lembrou de por o cd do João Pedro Pais em repeat. Não que a música da Rita Guerra fosse melhor, mas pelo menos só deu para um round. E juro que se entrar no táxi para me ir embora à meia-noite e o condutor fizer o mínimo comentário sobre o tempo, vou ter que me controlar para não bater com os pés no chão como os míudos fazem quando estão chateados e não conhecem ainda um palavrão suficientemente forte para exprimirem o seu descontentamento.

3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Como eu te percebo!
Desde que coloquei no meu perfil uma foto onde estou em plena Amsterdão, numa feira de rua, a olhar para os livros, em vez de analisar o panorama à minha volta (que por acaso não era desinteressante!!!), percebi que a partir daí era sempre a descer!!!
Parece que atingimos o fundo, e ainda por cima eu não sei nadar!!!

Aspirante a pseudo-livreira.

2:28 AM  
Blogger Miguel de Terceleiros said...

Ora bem... Como é que eu hei-de dizer isto...

Estás s empre a tempo para fazer as malas e ete pores a andar para um sítio mais exótico onde tenham Logan às carradas, tipo, sei lá, Escócia, pelo menos não ias ter que aturar João Pedro Pais.

Welcome to the Jungle!

8:05 AM  
Anonymous Anonymous said...

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